O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revelou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa segunda-feira (26), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mergulhou em um quadro de profunda tristeza logo após ser derrotado nas eleições presidenciais de 2022. Segundo Queiroga, o ex-presidente, nos dias seguintes ao resultado, “só respondia monossilabicamente” e se mostrava cabisbaixo, isolado e desmotivado.
“Segunda, logo após as eleições, acho que o último dia ao qual ele foi ao planalto. Ele estava triste, claro, como todos nós. Lembrei ao presidente exemplos como o Nixon, Carter que não foram reeleitos e depois ganharam até mais protagonismo”, relatou Queiroga.
O ex-ministro contou ainda que encontrou Bolsonaro outras duas vezes no Palácio da Alvorada, onde o ex-presidente, além do quadro emocional abalado, enfrentava um problema de saúde: uma erisipela.
“Muito cabisbaixo. Cheguei até a me preocupar. Mas ele como um homem forte se recuperou”, declarou.
Ao ser questionado durante a audiência, Queiroga negou ter sido procurado por qualquer membro do governo ou interlocutor ligado a Bolsonaro para tratar de uma possível tentativa de golpe de Estado.
Durante o depoimento, o ex-ministro também minimizou as declarações de Bolsonaro na reunião ministerial de julho de 2022, que veio a público meses depois. Na ocasião, o então presidente convocou órgãos como a Controladoria-Geral da União, as Forças Armadas e a Polícia Federal para “fiscalizar” o processo eleitoral.
Para Queiroga, aquele discurso não tinha conotação golpista, mas fazia parte do padrão de atuação política de Bolsonaro.
“Aquilo ali era uma fala de liderança política muito assertiva e afirmativa dentro do padrão que ele fazia em outras ocasiões até mesmo publicamente”, justificou.
PB Agora
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