9 de jun de 2025 às 10:39
O papa Leão XIV pediu hoje (9) aos cerca de 3 mil funcionários da Santa Sé que se esforcem para ser santos.
“Toda a fecundidade da Igreja e da Santa Sé depende da Cruz de Cristo”, disse o papa na missa que celebrou hoje na basílica de São Pedro por ocasião do Jubileu da Santa Sé, evento do Ano Santo 2025. “Caso contrário, é só aparência, se não pior”.
Leão XIV citou o teólogo suíço Hans Urs von Balthasar, que escreveu: “Se ela [a Igreja] é a árvore que cresce a partir da semente de mostarda, essa árvore está por sua vez destinada a dar sementes de mostarda; frutos, portanto, que repetem a forma da cruz, porque se devem a ela”.
O papa disse aos funcionários da Santa Sé que “a melhor maneira de servir a Santa Sé é esforçarmo-nos por ser santos, cada um de nós segundo o seu estado de vida e a tarefa que nos é confiada”.

Assim, o papa deu o exemplo de um padre que “carrega uma cruz pesada por causa de seu ministério, mas todos os dias vai ao escritório e tenta fazer seu trabalho da melhor maneira possível, com amor e fé”. Ele disse que esse padre “participa e contribui para a fecundidade da Igreja”.
Leão XIV também citou como modelo desta santidade um pai ou uma mãe de família “que vive uma situação difícil em casa – um filho preocupado, um pai doente – e, no entanto, faz o seu trabalho com determinação”.
“Aquele homem e aquela mulher são fecundos com a fecundidade de Maria e da Igreja”, disse também o papa.
O Jubileu da Santa Sé, como disse Leão XIV, coincidiu com a memória litúrgica de Nossa Senhora, Mãe da Igreja.
“Essa feliz coincidência é fonte de luz e de inspiração interior do Espírito Santo, que ontem, Pentecostes, foi derramado abundantemente sobre o Povo de Deus”, disse o papa.
Leão XIV refletiu sobre o mistério da Igreja, e consequentemente da Santa Sé, à luz da narração da morte de Jesus feita pelo apóstolo são João Evangelista, o único dos doze apóstolos presentes no Calvário, junto com Nossa Senhora.
Segundo o Evangelho, são João ouviu com os próprios ouvidos as últimas palavras do Mestre: “Mulher, eis o teu filho”, e depois, voltando-se para ele: “Eis a tua mãe” (cf. Jo 19:26).
Para o papa, esse trecho demonstra como a maternidade de Nossa Senhora, através do mistério da Cruz, “deu um salto impensável”.
“A mãe de Jesus tornou-se a nova Eva, porque o Filho a associou à sua morte redentora”, disse Leão XIV, dizendo que o tema da fertilidade está muito presente nessa liturgia.
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Fecundidade da Igreja
O papa disse também que a fecundidade da Igreja é a “mesma fecundidade de Maria”, que se realiza “na existência dos seus membros”, na medida em que revivem, “em menor dimensão”, o que a Mãe experimentou, “isto é, amam segundo o amor de Jesus”.
“A fecundidade de Maria e da Igreja está inseparavelmente ligada à sua santidade, ou seja, à sua conformação com Cristo. A Santa Sé é santa como o é a Igreja, no seu núcleo original, na fibra de que é tecida”, disse também Leão XIV.
Em sua homilia, ele enfatizou que a Sé Apostólica “conserva a santidade das suas raízes enquanto é guardada por elas” e “vive também na santidade de cada um dos seus membros”.
O papa falou, em segundo lugar, sobre a cena descrita por são Lucas apóstolo no início do livro dos Atos dos Apóstolos, que representa Nossa Senhora, a Mãe de Jesus com os apóstolos e os discípulos no Cenáculo.
Assim, ele disse que a cena “mostra-nos a maternidade de Maria com a Igreja nascente”. Uma maternidade que Leão XIV disse ser “arquetípica” e que “permanece relevante em todos os tempos e lugares”.
“É sempre fruto do Mistério Pascal, do dom do Senhor crucificado e ressuscitado. O Espírito Santo, que desce com poder sobre a primeira comunidade, é o mesmo que Jesus deu com o seu último suspiro”, disse o papa.
Leão XIV enfatizou então que esse ícone bíblico é inseparável do primeiro: “a fecundidade da Igreja está sempre ligada à graça que brota do Coração trespassado de Jesus, junto com o sangue e a água, símbolos dos Sacramentos”.
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Nossa Senhora harmoniza as diferenças
“Maria, no Cenáculo, graças à missão materna que recebeu aos pés da Cruz, está ao serviço da comunidade nascente: é a memória viva de Jesus e, como tal, é o polo de atração, por assim dizer, que harmoniza as diferenças e torna unânime a oração dos discípulos”, disse também o papa.
“A Mãe Igreja apoia o ministério dos Sucessores de Pedro com o carisma mariano”, disse Leão XIV.
O papa enfatizou que a Santa Sé vivencia de maneira muito especial a “copresença de ambos os polos”, de Maria e de Pedro. “É o polo mariano que assegura a fecundidade e a santidade do petrino, com sua maternidade, dom de Cristo e do Espírito”, disse o papa.
Antes da missa, Leão XIV participou, junto com todos os funcionários da Santa Sé, das meditações espirituais proferidas pela freira italiana Maria Gloria Riva, do Instituto das Adoradoras Perpétuas do Santíssimo Sacramento, no qual ela ingressou em 1984.
A peregrinação teve início, liderada pelo papa, carregando a Cruz do Jubileu, seguido por cardeais, bispos, padres e leigos, da Aula Paulo VI até o interior da basílica de São Pedro. A procissão também passou pela porta santa da basílica.
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