O governo de Israel aprovou na noite desta terça-feira (21)
um acordo com o grupo terrorista Hamas para libertar cerca de 50 reféns
israelenses em troca de uma “trégua humanitária” e da libertação de centenas de
prisioneiros palestinos, segundo informações do jornal israelense The Times
of Israel.
O acordo, que prevê a participação da Cruz Vermelha e a entrada de ajuda humanitária em Gaza, foi considerado “difícil e doloroso” pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas também “o certo” para garantir o retorno de alguns dos cerca de 239 reféns que estão sob o controle dos terroristas palestinos do Hamas desde os ataques do dia 7 de outubro.
O acordo foi alcançado após intensas negociações mediadas pelo Catar, que também envolveram outros grupos terroristas que atuam em Gaza, como a Jihad Islâmica Palestina. Segundo um comunicado oficial divulgado ainda nesta terça-feira pelo Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel, o acordo prevê uma pausa nos combates por quatro dias, sendo considerado como a “primeira fase de um plano para trazer todos os reféns para casa”. O comunicado cita que a cada dez reféns adicionais libertados pelos terroristas do Hamas, Israel concederá um dia extra de trégua no conflito.
O comunicado não revelou quais outras concessões Israel
teria feito ao Hamas, no entanto, segundo informações da emissora israelense Channel
12, em troca, o Estado judeu libertará entre 150 e 300 prisioneiros
palestinos, a maioria mulheres e menores de idade que não foram condenados por
crimes que envolvam assassinatos.
Além disso, Israel ainda se comprometeu a não sobrevoar a Faixa de Gaza durante seis horas por dia, enquanto a trégua estiver em vigor, para permitir que o Hamas localize os reféns mantidos por outros grupos terroristas. Israel também permitirá a entrada de caminhões com alimentos, combustível e ajuda médica em Gaza, incluindo na parte do norte, que está sendo o alvo da ofensiva terrestre israelense.
Segundo informações do Channel 12, o processo de libertação dos reféns será feito em etapas, com cerca de 12 reféns sendo libertados por dia. De acordo com o plano, a primeira etapa será a entrega dos reféns israelenses pelo Hamas à Cruz Vermelha, que os transferirá para os representantes das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Nas fases posteriores os reféns serão submetidos a exames médicos e depois levados para centros isolados em Israel para se reunirem com suas famílias. Médicos também irão determinar se algum deles estão aptos para participar de um interrogatório com o objetivo de obter informações sobre o Hamas e outros grupos que atuam em Gaza, bem como sobre as condições do cativeiro onde podem estar os demais reféns. Conforme o Channel 12, o acordo contempla a liberação de 30 crianças e 20 mulheres – sendo oito mães e 12 mulheres sem filhos – que foram sequestradas pelos terroristas em 7 de outubro.
Segundo a mídia israelense, a trégua e a libertação dos reféns poderão começar já nesta quinta-feira (23), caso ninguém conteste o acordo no Supremo Tribunal de Israel. Netanyahu advertiu, no entanto, que a guerra contra o Hamas em Gaza continuará após a paralisação “até que todos os objetivos de Israel sejam alcançados”, entre eles o de eliminar o grupo terrorista que governa o enclave palestino, “garantir a libertação de todos os reféns” e “garantir que não haja mais ameaças de Gaza à segurança de Israel”.
O acordo viabiliza, portanto, a primeira pausa contínua na ofensiva israelense desde o início do conflito no Oriente Médio.
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