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Índice de pobreza na Argentina subiu para 44,7%, aponta relatório

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O índice de pobreza na Argentina aumentou neste ano para 44,7% da população, segundo um relatório do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina (ODSA-UCA) divulgado nesta quarta-feira (6) e que revela maior vulnerabilidade entre crianças e adolescentes.

O relatório mostra que a pobreza aumentou este ano em 1,6 ponto percentual em comparação com a medição de 2022.

Também houve um aumento na indigência, que passou de 8,1% em 2022 para 9,6% neste ano.

De acordo com o relatório, a pobreza medida em termos de renda, que atinge cerca de 20 milhões de pessoas, é mais aguda na população com menos de 18 anos de idade, atingindo 62,9%.

Algo semelhante acontece com a indigência, que é de 16,2% entre os jovens de 0 a 17 anos.

De acordo com o estudo, quase sete em cada dez pessoas sofrem de pelo menos uma privação nas seguintes variáveis: acesso a alimentos e saúde, serviços básicos, ambiente saudável, moradia digna, emprego e seguridade social e acesso à educação.

As pessoas com duas ou mais privações representam 44,5% da população, e as que relatam três ou mais privações, 28,2%.

De acordo com o relatório do ODSA-UCA, esses altos níveis de pobreza fazem parte de uma “crise sistemática do regime econômico” na Argentina.

“Encontramo-nos em uma crise de desigualdade econômica, social e cultural sistêmica”, disse Agustín Salvia, diretor do ODSA-UCA, advertindo que, a menos que haja uma mudança em termos de políticas socioeconômicas, a pobreza continuará a aumentar de forma “crônica e estrutural”.

O estudo também indica que a renda de 33,1% dos trabalhadores empregados está abaixo do total da cesta básica, o que significa que um em cada três trabalhadores é pobre.

O estudo também aponta que 35,9% das famílias na Argentina são beneficiárias de programas sociais de transferência de renda e assistência alimentar direta.

Nesse contexto social, Javier Milei assumirá a presidência da Argentina no próximo domingo (10) com a promessa de aplicar um plano de “choque” que envolverá um forte ajuste fiscal e, em princípio, uma aceleração da inflação com estagnação econômica até que as variáveis macroeconômicas sejam estabilizadas.

De acordo com Salvia, “é necessário um plano de estabilização macroeconômica que implique um ajuste nos preços relativos e uma negociação das dívidas interna e externa, cuidando dos segmentos sociais mais pobres”.

“Se for pago por aqueles que estão na base, o processo não terá legitimidade”, advertiu.

FONTE: Gazeta do Povo