Os Estados Unidos admitiram nesta quinta-feira (21) que libertaram o empresário colombiano Alex Saab, aliado e acusado de ser testa de ferro do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, como parte de sua estratégia para conter a migração de venezuelanos para seu território.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Conselho de Segurança
Nacional da Casa Branca, John Kirby, alegou que o trabalho que o governo do
presidente Joe Biden está fazendo com a Venezuela é “importante para abordar as
causas fundamentais da migração”.
Ele afirmou que “há muitos fatores que explicam o fenômeno
da migração e um deles é a instabilidade política na região”.
Kirby explicou que a troca de prisioneiros na quarta-feira e
as negociações para eleições democráticas na Venezuela fazem parte dos esforços
para reduzir a migração.
Na quarta-feira, os EUA libertaram Saab em troca da
devolução de dez americanos detidos e a liberação de cerca de 20 prisioneiros
políticos venezuelanos, que estavam sob detenção na Venezuela.
A troca faz parte da mediação dos EUA nas negociações entre
a oposição venezuelana e o governo de Maduro para eleições presidenciais “livres
e justas” em 2024.
O retorno de Saab à Venezuela era uma das principais
condições do governo venezuelano para continuar as negociações com os
oposicionistas.
A crise migratória venezuelana é a maior do continente,
forçando mais de 6,6 milhões de pessoas a deixarem suas casas e viverem em
outros países das Américas.
Esse movimento sem precedentes de pessoas chegou aos EUA e,
no ano fiscal de 2023, autoridades do país detiveram mais de 200 mil
venezuelanos na fronteira com o México.
O governo americano tomou uma série de medidas voltadas
especificamente para esse grupo, como a retomada dos voos de deportação para a
Venezuela em outubro.
Os EUA também criaram canais de migração legal para os venezuelanos, incluindo a permissão humanitária, também conhecida como parole, que concede status legal por dois anos nos EUA.
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