O incêndio devastador que começou na sexta-feira (2) nas montanhas densamente povoadas que cercam a cidade de Viña del Mar, a 120 quilômetros de Santiago, no Chile, já causou 19 mortes, avança implacavelmente e atingiu setores industriais, onde várias explosões foram registradas em armazéns de produtos químicos, fábricas de tintas e outros depósitos.
As autoridades ordenaram evacuações em massa em El Salto, Limonares, Chorrillos e Canal Chacao, e a fumaça se espalhou para a praia da chamada “cidade jardim”, um dos destinos turísticos mais populares do Chile, que atrai milhares de turistas todos os verões. “É um dos maiores incêndios da história da cidade”, disse a prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti.
As temperaturas excepcionalmente altas não só em Viña del Mar, mas também no restante da região de Valparaíso (perto dos 38 graus), juntamente com fortes rajadas de vento e baixa umidade, complicam o controle do incêndio. Além do fogo que avança em direção ao centro de Viña del Mar, há outras cidades na região de Valparaíso devastadas pelo incêndio, como Quilpué, onde um hospital teve de ser evacuado devido à proximidade das chamas.
“Evidentemente, tudo indica que existe um grau de intencionalidade quando aparecem quatro focos simultâneos em um raio de 400 metros um do outro”, disse o governador regional, Rodrigo Mundaca. Autoridades confirmaram na manhã deste sábado (3) que pelo menos 19 pessoas morreram na região e alertaram que o número de vítimas pode aumentar com o passar das horas, à medida que as equipes de segurança alcançam áreas devastadas.
Para facilitar os esforços de resgate e combate a incêndios e liberar as rotas de evacuação, o governo chileno ordenou um toque de recolher de 12 horas, a partir das 21h (horário de Brasília) nos setores que ainda não foram evacuados nas cidades de Quilpué, Villa Alemana, Limache e Viña del Mar.
No ano passado, o Chile sofreu a onda de incêndios mais mortal de sua história, que deixou 27 mortos e milhares de casas destruídas nas regiões centro-sul do país, como La Araucanía, Biobío e Ñuble. Embora o Chile tenha passado por um dos invernos mais úmidos dos últimos 15 anos, os especialistas vêm alertando há meses que a seca não foi erradicada e que há uma grande probabilidade de desenvolvimento de vegetação fina e morta na região central.
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