O Senado da Argentina rejeitou nesta quinta-feira (14) o
Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) para desregulamentar a economia emitido
em dezembro do ano passado pelo presidente do país, Javier Milei. Foram 42
votos contra o documento, 25 a favor e quatro abstenções.
A sessão havia sido convocada pela presidente do Senado e vice-presidente do país, Victoria Villarruel, que concordou em incluir o DNU de Milei – em vigor desde 29 de dezembro e que busca uma forte desregulamentação da economia – na pauta do debate em plenário, apesar do risco de sua rejeição, uma vez que o partido governista é uma das minorias no Parlamento e precisava obter o apoio da oposição.
A sessão desta quinta-feira foi interpretada como um desafio
de Villarruel a Milei, de acordo com um comunicado oficial publicado no dia
anterior, o qual seria um aviso à companheira de chapa do presidente nas
eleições de 2023.
Embora o ministro da Economia, Guillermo Francos, tenha dito à emissora de rádio Rivadavia nesta quinta-feira que foi um “erro” da parte de Villarruel incluir o DNU na pauta da sessão do Senado e que “ela poderia ter evitado isso”, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, alegou mais tarde, em sua entrevista coletiva diária, que “não há nenhum tipo de conflito interno ou briga com a vice-presidente”.
O Decreto 70/23 – assinado por Milei em 21 de dezembro do ano passado, pouco depois de assumir o cargo – contém 366 artigos destinados principalmente à desregulamentação da economia e ainda está em vigor, com exceção da seção referente à reforma trabalhista, que foi suspensa pela Justiça a pedido dos sindicatos, enquanto se aguarda a decisão da Suprema Corte.
O DNU segue vigente até apreciação na Câmara dos Deputados.
Caso esta casa também rejeite o decreto, ele será revogado.
O governo de Milei defende o DNU dizendo que aumentou a oferta de aluguéis, iniciou uma política de “céus abertos” para as companhias aéreas e devolveu aos trabalhadores a liberdade de escolher o tratamento de saúde que desejam.
O senador Ezequiel Atauche, presidente da bancada da Liberdade
Avança, partido de Milei, criticou a oposição pela rejeição ao DNU.
“Quando não governam, não querem deixar os outros governar. O
que mais lhes dói é que estamos fazendo as coisas bem, os números provam isso”,
afirmou.
“A mudança dói muito neles, nos legaram um país destruído e paramos aquele trem que estava batendo na parede”, disse Atauche, segundo informações do jornal Clarín. (Com Agência EFE)
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