A organização Observatório Equatoriano do Crime Organizado
(Oeco) divulgou nesta semana um relatório que mostra como os empresários são
atingidos pela atuação das quadrilhas no país.
Segundo o documento, em 2023, três em cada dez empresas do
Equador foram vítimas de extorsão. Das que foram extorquidas, quatro em cada
dez afirmaram que não reportaram o crime, “especialmente” porque não confiam
nas instituições encarregadas de investigar o delito.
O Oeco também apontou que 75% das vítimas disseram que foram
extorquidas mais de uma vez, principalmente por meio de telefonemas ou meios
eletrônicos, “demonstrando o caráter sistemático do problema e o seu estado de
evolução até se transformar em impostos criminais”.
O relatório indicou que 90% dos empresários do Equador
consideram a extorsão como a maior ameaça para sua segurança.
O Equador vive nos últimos anos uma escalada da violência: a
taxa anual de homicídios por 100 mil habitantes no país aumentou de 13,7 em
2021 para 45 no ano passado, segundo dados da Human Rights Watch (HRW).
Em referendo realizado em abril, a população equatoriana aprovou nove de 11 propostas de mudanças na legislação apresentadas pelo governo do presidente Daniel Noboa.
A maioria dos temas aprovados é relacionada à área de segurança, como o apoio das Forças Armadas à polícia na luta contra o crime organizado, a extradição de equatorianos que cometeram crimes em outros países e o aumento das penas para crimes como terrorismo e seu financiamento, tráfico de pessoas, entre outros.
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